sexta-feira, abril 22, 2016

Doadores continuam a aguardar explicações de Moçambique sobre Ematum

«Estamos a aguardar informações adicionais do governo em relação a este assunto», disse Irina Nyoni, embaixadora da Suécia em Maputo, sobre as possíveis implicações no apoio prestado pelo seu país a Moçambique após as revelações de empréstimos ocultados nas contas públicas.

A Suécia é um dos principais doadores do grupo de 14 países e instituições que financiam o Orçamento do Estado moçambicano e que têm um calendário de pagamentos sujeito a condições relacionadas com transparência e boa governação, ao abrigo de um memorando assinado com o ministério da Economia e das Finanças.

Outro doador considera que «a situação é muito grave» e espera que o governo moçambicano o reconheça. «Partilhamos o sentimento expressado pelo FMI sobre a necessidade de uma análise completa relativamente à dívida pública», afirmou o representante deste doador, que pediu para não ser identificado, salientando que há «princípios básicos» na relação com o governo moçambicano e que a existência de empréstimos desconhecidos levam a que «não seja muito fácil justificar o desembolso dos apoios».

Uma eventual suspensão dos pagamentos, envolvendo cerca de 200 milhões de dólares até julho, vai depender da reação do governo moçambicano, observou o doador, e da forma como este vai trabalhar para «reconquistar a confiança» da comunidade internacional. «Todos nós estamos à espera de notícias de Washington e do resultado das conversas com o FMI», declarou, esperando ainda que o governo seja rápido nos seus esclarecimentos.

Um outro doador admitiu na segunda-feira que «a situação é séria», mas disse que não vai fazer julgamentos ao governo moçambicano antes de haver mais informações nem antecipar eventuais danos no nível de confiança entre os parceiros internacionais. «Depende da forma como as coisas vão ser geridas por ambas as partes», comentou.

Na única reação pública a este caso, o grupo de doadores, atualmente presidido por Portugal, afirmou, no dia 6 de abril, que o chamado G14 «tomou conhecimento da situação por aquilo que está a ser veiculado pela comunicação social e aguarda mais informações e detalhes para se poder pronunciar».


Fonte: Africa21 – 21.04.2016

1 comentário:

Anónimo disse...

Isso vai terminar no corredor de lobbies, um terreno em Xidenguele. Devíamos ficar espantados sobre como o governo ludibriou os bancos Suíços. Espero que os Diretores desses Bancos não estejam nos "Panama Papers"! O mundo está mal!